Vivemos constantemente à procura da “melhor fase da vida”. Será quando éramos crianças? Ou quando, já adultos, ganhámos independência e autonomia? A verdade é que cada fase traz os seus próprios desafios, e talvez o verdadeiro segredo não esteja em atingir um ideal de felicidade, mas sim em estarmos presentes e conscientes no momento em que vivemos agora, com tudo o que ele traz: encontros, desencontros, vitórias e dificuldades.
E a base para conseguirmos isso é a relação que temos connosco mesmos.
A base está na relação connosco mesmos
Dentro da relação connosco é importante refletir sobre os conceitos de autoestima, amor-próprio e autocompaixão, e como se relacionam entre si:
- Autoestima é a forma como nos avaliamos — a nossa perceção de valor pessoal, que pode variar conforme experiências e fases da vida.
- Amor-próprio diz respeito ao modo como cuidamos de nós, como nos tratamos e protegemos.
- Autocompaixão, por sua vez, é a base que sustenta os dois anteriores — é o gesto de nos tratarmos com gentileza e compreensão, mesmo (e especialmente) quando falhamos.
Muitas vezes, confundimos autocompaixão com egoísmo, autopiedade ou fraqueza. Mas é exatamente o oposto. Ser autocompassivo não é desculpar tudo, nem “passar a mão pela cabeça”. É reconhecer as dificuldades com honestidade e, ainda assim, escolher não nos maltratarmos por isso.
A autocrítica: esse chicote invisível
Um dos maiores inimigos da autocompaixão é a autocrítica destrutiva. Aquela voz interna que nos julga, nos compara e nos diminui. É importante começarmos a observar quando e como essa voz se ativa.
Quando é que pega no chicote? Em que momentos exige mais do que é possível? E o que poderia acontecer se, em vez de crítica, oferecesse compreensão?
Praticar a autocompaixão é criar espaço para as nossas dificuldades sem deixar que elas nos definam. É como ouvir uma música triste sem nos deixarmos afundar — apenas escutando, reconhecendo, e depois continuando.
Respeitar o nosso ritmo é um ato de coragem
Vivemos empurrados por pressões externas: prazos, expectativas, necessidades alheias. E facilmente esquecemos de respeitar o nosso próprio ritmo.
Cuidar de si não tem de ser um ato grandioso. Às vezes, basta um minuto por dia para respirar com consciência, fazer algo que gostamos, ou simplesmente parar. Com o tempo, esse minuto pode virar dois, cinco, dez… e assim vamos construindo uma rotina de autocuidado que nos alimenta, em vez de nos consumir.
- Se lhe parece pouco, pense: quantos minutos a mais de presença e bem-estar pode ganhar no final do mês?
Quer começar a praticar mais autocompaixão?
Se este texto tocou em algo importante para si e sente que está na hora de aprofundar a relação consigo, posso acompanhar esse caminho ao seu lado. Trabalho em consultas de psicologia e psicoterapia corporal, onde integro diferentes abordagens para o ajudar(a) a reencontrar equilíbrio e autenticidade.
📘 Se preferir começar pela leitura, o meu livro A vida não tem mapa pode ser um excelente ponto de partida — uma viagem por dentro de nós mesmos, com reflexões e ferramentas práticas para quem quer viver com mais consciência e leveza.
🗓️ Em outubro estarei também a dinamizar um workshop sobre saúde mental em Alcobaça. Ainda não abrimos inscrições, mas se quiser ser o(a) primeiro(a) a saber quando abrirem, fique atento(a) às redes sociais ou envie-me uma mensagem.
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Porque o momento mais importante da sua vida é este — agora.
E tudo começa com a forma como se trata.